quarta-feira, 9 de novembro de 2011

INTERNACIONAIS 4 - O CINEMA REMIXADO

Domitila Radharane

Sobre
The Voice Of God, Bernd Lutzeler; India, 2011

Estar no mundo e não pertencer ao mundo. O que esta película, salientadora do movimento/velocidade/espaço, ao refletir simultaneidade entre personagens, paisagens e poesia, nos concebe. Ao mesmo tempo, tratando dos universos simbólicos, como fruto de cruzamentos entre imaginação e imaginário, as extremidades de ritmos ultra-velozes quais regem às cid...ades. Entre maioria e minoria, expressas em contrastes, ora pelo movimento metropolitano dos carros, das máquinas, da sociedade como um todo; ora por uma mulher de vestido vermelho e “sári”(traje típico indiano) azul, sentada em uma cama, dentro de um quarto.

Dentre elementos mais variados, principalmente a calma silenciosa dessa personagem, uma espécie de meditação em uma postura de contraste à toda realidade adversa à sua vibração. Sofás com lírios estampados, televisão e acessórios. A todo instante, um homem narrador que através das citações na língua indiana, revela-nos a cultura e núcleo espiritual da mesma. O regente de todo o filme, a voz que é som, e o som que torna-se possível o sentimento repleto de completude existencial. Multidões dentre rituais sagrados indianos, todos repletos de tintas coloridas, aparecem juntos à beira de um rio.

Uma espécie de mantra “hindu” que acalma a frenética atmosfera das regiões industriais. O tempo interior difere-se do exterior. O que nos move torna-se contraste diante das frenéticas zonas de controle. Delicada miragem qual traça um paralelo entre ideias e conceitos de mundo novos e antigos que sempre se renovam. É assim que o já antigo “novo mundo” americano se mistura ao “velho mundo” ibérico e, no caso do Brasil, segue se renovando com influência de diferentes universos. Diferentes formas de ver e apreender uma cultura, em ligação com a ideia íntegra ao “eu” e ao “tu”.

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