sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tchau e Benção



Por Doralice Amorim

"Qualquer dia a gente se vê..."

A iminência do encontro e o fim de uma relação amorosa. Esses foram os pontos destacados por Daniel Bandeira, em seu novo curta-metragem, Tchau e Benção, que estreou, na Janela Pernambucana, na última quarta feira (21/10).

As músicas, que estão conectadas com a história, assim como a fotografia em preto e branco acentuaram o caráter melancólico da produção. O próprio diretor, afirmou, no debate realizado ao fim da sessão, que muito do que foi evidenciado, na filmagem, tinha haver com o momento que estava vivenciando e que este seria o seu primeiro e último filme sobre "casal".

Ao longo dos dez minutos do curta, a platéia fica na expectativa de presenciar um encontro (ou melhor, uma despedida) que nunca chega a ser concretizado. Tudo está pronto para o fim, mas por algum motivo, não há um contato físico que evidencie esse encerramento (talvez por ele já estar bastante claro).

O mais curioso da produção é observar como ela mexe com o público e, de alguma forma, conecta-o com àquela história. Os espectadores vivem o momento e imaginam o quanto constrangedor seria o encontro, ao mesmo tempo em que, esperam, por ele, ansiosos.

É interessante também como Daniel brinca com os gêneros e faz um drama com pitadas de terror. Enquanto a personagem recolhe as suas coisas e parece se despedir do apartamento, o ex-parceiro está no chão, se arrastando e espalhando sangue, por onde passa. A produção é bastante feliz em não se utilizar de diálogos ou narrações que só serviriam para falar, mais alto, o que já estava evidenciado através de imagens e de ações. Nesse caso, foi o silêncio, entre os personagens, quem contou a história.

Um comentário:

  1. Não vi o filme, mas pelo comentário parece ser muito interessante! Parabéns!
    Fernanda Guerra

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