Por Gianni Paula de Melo
A transa apaixonada que abre o curta O teu sorriso , de Pedro Freire, assim como as declarações e mimos mútuos dos seus personagens, são próprios dos inícios de namoros. Suzana tem 60 anos e Rodrigo 72, mas eles não se conheceram ainda jovens, nem se casaram e nem tiveram filhos. Namoram há apenas um mês.
O filme, que já havia sido exibido no Festival de Gramado deste ano, é um elogio à passagem do tempo e desmonta certo estereótipo que construímos sobre relacionamentos. O desenrolar do enredo nos mostra a leveza com que os personagens encaram o envelhecimento, os cabelos brancos e os novos limites do corpo.
Atores de rostos familiares, Paulo José e Juliana Carneiro Cunha interagem com certa doçura e a encenação deles intensifica a naturalidade daquela relação. Os personagens se mostram "felizes pra caralho", mas sem a urgência dos jovens amantes. Como em música de Caetano Veloso, "sem desespero, sem tédio, sem fim".
Com um enredo linear, o filme todo se passa em um apartamento, a história é bem executada e os diálogos são felizes pelo teor espontâneo. Se comparada a maioria dos curtas exibidos no Janela até agora, em geral mais inventivos, a construção da narrativa em O teu sorriso remete às produções mais comerciais do cinema brasileiro.
No entanto, cumpre ao que se propõe. Em 12 minutos de romance, o público pode repensar, a partir da história de Suzana e Rodrigo, o próprio enfretamento com a idade e perceber que sempre é tempo de [re]começar.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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Já deu vontade.
ResponderExcluirÉ mesmo contagiante!
ResponderExcluirSuave como parece o filme, exceto pela hora em que Caetano passa com um caminhão pela BR 232. Mas só passa. Deu muita vontade! Será que tem no porta-curtas?
ResponderExcluirAbraços,
Diogo.